Por que a presença de LGBTs em cargos de direção no mundo jurídico é quase nula no Brasil?

De acordo com o último levantamento sobre diversidade e inclusão da consultoria global Great Place To Work (GPTW), somente 8% dos funcionários em cargos de liderança se declaram LGBTQIA+, mostrando que o mercado, incluindo escritórios de advocacia, ainda resiste na hora de contratar e promover integrantes desta minoria.

Para comentar esse cenário, o portal de notícias LexLatin conversou com nosso sócio Felipe Caon, que trouxe sua visão a respeito da real representatividade da comunidade LGBT no mundo jurídico, de maneira geral.

Felipe explica que muitos jovens em começo de carreira ainda têm medo de se declarar LGBTs e perder oportunidades, uma vez que há poucos profissionais assumidos no mercado, principalmente em cargos de direção. Como consequência, esses jovens advogados não encontram modelos de outros profissionais LGBTs a seguir no universo jurídico, fato esse que impacta diretamente na carreira e na decisão de se assumir ou não frente a seus pares.

Apesar da exigência de muitas empresas por uma representação mais diversa, uma parte do mercado, ainda conservadora, é tolerante com a discriminação desse grupo. “Existe uma sociedade LGBTfóbica e por isso os profissionais não se declaram com medo de não ter clientes, de não performar o faturamento que é exigido. Eu já sofri homofobia de forma declarada por um cliente. Hoje, o fato de ser declaradamente gay não é um problema, mas eu tive que construir meu caminho. Vejo que existe uma resistência automática das firmas de colocar essas pessoas em centros de poder, porque isso pode causar uma rejeição em relação ao escritório”, analisa Caon.

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