Diversidade e Inclusão

Dia Nacional da Visibilidade Trans

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No dia 29 de janeiro, celebramos o Dia Nacional da Visibilidade Trans, uma data que nos convida a refletir sobre a importância de reconhecer e valorizar as vidas, histórias e contribuições das pessoas transgênero em nossa sociedade. Instituída em 2004, a data marca um momento histórico em que transexuais e travestis estiveram, pela primeira vez, no Congresso Nacional para lançar a campanha “Travesti e Respeito”, um marco na luta pelos direitos e pela dignidade dessa comunidade.

A visibilidade trans vai muito além de uma celebração simbólica: é uma ferramenta fundamental para combater preconceitos, estigmas e a marginalização que ainda permeiam a realidade dessa população. Dar visibilidade às pessoas trans é reafirmar sua cidadania, desmistificar informações equivocadas e garantir que seus direitos sejam respeitados e reconhecidos.

Ainda assim, os desafios são imensos. De acordo com o dossiê divulgado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) em janeiro de 2025, 122 pessoas trans e travestis foram assassinadas no Brasil em 2024, sendo a vítima mais jovem uma adolescente de 15 anos. O perfil das vítimas é majoritariamente de “jovens trans negras, empobrecidas, nordestinas e assassinadas em espaços públicos, com requintes de crueldade”. Pelo 16º ano consecutivo, o Brasil continua sendo o país que mais mata pessoas trans no mundo, segundo matéria do portal G1.

Neste contexto, a representatividade surge como uma poderosa ferramenta de transformação. Conhecer e apoiar influenciadores trans é uma forma efetiva de ampliar a visibilidade, gerar inclusão e fomentar diálogos que combatam a desinformação. A seguir, destacamos algumas pessoas trans que se tornaram vozes importantes em diversas áreas:

  • Athos Souza: Homem trans, Athos compartilha sua jornada de transição, oferecendo apoio e inspiração a outros homens trans, além de fomentar a visibilidade.
  • Bielo Pereira: Apresentadora e influenciadora, Bielo compartilha vivências como mulher trans negra, discutindo temas como moda, beleza e questões sociais com autenticidade e representatividade.
  • Dante Olivier: Dançarino e produtor de conteúdo, Dante aborda pautas LGBTQIAPN+ e apresenta o podcast “Coisas Quaisqueres”, trazendo reflexões relevantes de forma leve e acessível.
  • Dominy Martins: Ativista e comunicador, Dominy promove a inclusão e a visibilidade transmasculina em suas redes sociais.
  • Elliot Page: Reconhecido internacionalmente por filmes como “Juno” e pela série “The Umbrella Academy”, Elliot utiliza sua visibilidade para inspirar e informar sobre a vivência trans.
  • Érika Hilton: Deputada federal, Érika é uma das primeiras mulheres travestis a ocupar uma cadeira na Câmara dos Deputados, atuando em prol dos direitos LGBTQIAPN+ e da equidade social. Recentemente, participou de um evento sobre Equidade, Políticas Públicas e a Iniciativa Privada nas Relações de Trabalho em nosso escritório.
  • Giovanna Heliodoro: Comunicadora e historiadora, Giovanna é criadora do canal “Trans Preta” no YouTube, onde discute temas cotidianos e questões da comunidade trans, promovendo educação e conscientização.
  • Laerte Coutinho: Uma das cartunistas mais renomadas do Brasil, Laerte utiliza seu trabalho para tratar de questões como identidade, política e sociedade, indo muito além do humor.
  • Liniker: Cantora e compositora premiada, Liniker é uma das vozes mais marcantes da música brasileira, com letras que falam de amor, resistência e liberdade.
  • Pepita: Pioneira entre as funkeiras trans do Brasil, Pepita utiliza sua música e sua plataforma para debater gênero e sexualidade, além de encantar com seu carisma.
  • Thomas Page McBee: Escritor e boxeador, Thomas foi o primeiro homem trans a lutar no Madison Square Garden, utilizando sua plataforma para discutir masculinidade e identidade de gênero.
  • Thales Alves: Ex-participante do programa MasterChef, Thales utiliza sua visibilidade para tratar de representatividade na gastronomia e compartilhar experiências sobre sua transição.

Lembremos que a visibilidade é o primeiro passo para a aceitação e o respeito. Ao seguirmos e apoiarmos essas pessoas, contribuímos para a amplificação de suas vozes influentes e para a construção de uma sociedade mais inclusiva e empática. Além disso, ao darmos espaço a essas histórias e perspectivas, colaboramos ativamente para mudanças concretas em direção a uma sociedade mais justa.

Recentemente, no dia 26 de janeiro de 2025, ocorreu em Brasília a 2ª Marsha Nacional pela Visibilidade Trans, reunindo cerca de 4 mil pessoas, incluindo pessoas trans de todo o país, apoiadores e parlamentares. A marcha, que homenageia a ativista Marsha P. Johnson, ícone do movimento pelos direitos LGBTQIAP+, teve como lema “Vida, direitos e futuro para a população trans”. A deputada federal Érika Hilton destacou a importância da luta trans no país durante o evento.

Por fim, em razão desta data especial, destacamos algumas condutas que devem ser seguidas por todos e todas, e que representam maneiras de respeitar identidades trans e travestis cotidianamente:

  • Uso do pronome correto: Utilizar um pronome equivocado ao se dirigir a trans ou travestis é, no mínimo, descortês, além de ser ofensivo, podendo configurar crime de transfobia. Trate as pessoas conforme o gênero com o qual se identificam e, em caso de dúvidas, pergunte com gentileza.
  • Identidade pregressa: Nunca faça questionamentos invasivos quanto, por exemplo, ao “nome anterior” (ou “de registro”), pois essa prática, conhecida como deadnaming, pode causar desconforto e sofrimento. Respeite a identidade atual da pessoa.
  • Evite perguntas invasivas: Questões sobre cirurgias, hormônios ou a vida pessoal de uma pessoa trans não devem ser feitas sem consentimento. A identidade de gênero não deve ser tratada como uma curiosidade a ser debatida, mas sim respeitada.
  • Apoie iniciativas trans: Valorizamos e fortalecemos a comunidade trans quando apoiamos negócios, artistas e profissionais trans. Isso contribui para sua visibilidade e inclusão econômica.
  • Denuncie a transfobia: Caso presencie ou sofra qualquer forma de discriminação ou violência contra pessoas trans, denuncie. No Brasil, a transfobia é crime e deve ser combatida.
  • Incentive ambientes inclusivos: Seja no trabalho, na escola ou em espaços sociais, é essencial que todos se sintam respeitados e acolhidos. Empresas e instituições podem criar políticas de inclusão para garantir que pessoas trans tenham oportunidades iguais e ambientes seguros para se desenvolverem.

O Dia da Visibilidade Trans não deve ser um momento isolado de reflexão, mas sim um marco para reafirmarmos diariamente nosso compromisso com o respeito, a equidade e a valorização da diversidade. O Brasil ainda enfrenta desafios significativos quando se trata dos direitos e da segurança da população trans, mas, por meio da educação, do apoio e da inclusão, podemos construir uma sociedade mais justa e humana para todos(as).

A visibilidade salva vidas. Apoie, escute, respeite.

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