Dia da Visibilidade Bissexual

O Dia da Visibilidade Bissexual, lembrado em 23 de setembro, tem como propósito celebrar a diversidade bissexual e combater todas as formas de bifobia que existem na sociedade e na própria comunidade LGBTQIA+.

A data foi instituída em 1999 por ativistas dos direitos bissexuais dos Estado Unidos, os quais entenderam, à época, que, após a revolta de Stonewall, em 1969, os movimentos LGBT conseguiram ganhar mais visibilidade, o que deu margem para que as pessoas bissexuais pudessem também lutar pela sua bandeira. Portanto, constituir aquela celebração foi a oportunidade encontrada para tornar mais visível esse grupo específico. Desde então, diversos coletivos e ações de ativismo surgiram para amplificar as vozes dos bissexuais e reivindicar seus direitos.

Ainda assim, não há um consenso social sobre o conceito de bissexualidade, o que acaba gerando confusão e contribuindo para a discriminação. Nesse sentido, ainda hoje, erroneamente, algumas pessoas pensam que bissexuais são pessoas indecisas, que estão passando por uma fase de transição. No entanto, é preciso entender que bissexualidade é, simplesmente, um termo que abrange todas as nomenclaturas para pessoas não-monossexuais, ou seja, grupo que sente atração por mais de um gênero.
Tais orientações irão existir independentemente de como a sociedade enxerga tais relações, pelo que assumir essa realidade não deve representar uma ameaça estrutural para a estabilidade dos conceitos de heterossexualidade e de homossexualidade.

Para conhecimento geral, é importante ressaltar que, no atual contexto jurídico brasileiro, não há nenhuma lei específica que garanta os direitos da comunidade bissexual, conquanto estes estejam englobados nas conquistas obtidas pela força LGBTQIA+, chanceladas desde 2019 pelo Supremo Tribunal Federal, no momento em que decidiu enquadrar em diversos tipos penais a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, em toda e qualquer forma de sua manifestação.

A bem da verdade, assumir-se plenamente em nossa sociedade pode ser um momento muito complicado para bissexuais, lésbicas, gays, pansexuais e para todas as pessoas que se identificam com os mais plurais formatos de orientação sexual e relações de afeto que fogem da heteronormatividade. Sendo assim, neste dia, em especial, é importante continuarmos a evidenciar o respeito aos direitos humanos desse segmento, uma vez que são universais e incluem todos e todas. Afinal, não há uma régua de julgamento para medir desejos e sentimentos.